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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ministerio Profético (3)



       A PAIXÃO E A MORTE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

                                         Artigo Mauricio Berwald





               O sofrimento sem igual de Jesus. 


Apesar de todo o desprezo sofrido por Nosso Senhor Jesus Cristo ao longo de sua vida terrena, os seus últimos dias, iniciados no Getsêmani, onde a sua agonia foi de tal intensidade que o fez suar gotas de sangue (Lc 22.44), foram de um sofrimento indescritível. E o que Ele padeceu a partir de sua prisão? É exatamente assim que o profeta Isaías descreve o Senhor: Ele era um “homem de dores” (v.3) e que “foi oprimido” (v.7). Isaías apresenta-o também como um homem impecável e perfeito em tudo, “porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca” (v.9). O apóstolo Pedro, que conviveu com Jesus cerca de três anos, confirma essa profecia (1 Pe 2.22). Sim, Jesus foi “cortado da terra dos viventes” (v.8) como um criminoso e malfeitor.

O silêncio de Jesus. 

O profeta compara o Filho de Deus em seu julgamento e morte ao cordeiro levado ao matadouro e à ovelha muda diante de seus tosquiadores: Ele “não abriu a sua boca” (v.7). Assim agiu o Senhor diante do sumo sacerdote no Sinédrio (Mt 26.63) e perante Pôncio Pilatos (Mt 27.12,14). O profeta, pelo Espírito, certamente via as cenas desses interrogatórios. Portanto, o fato de Jesus não ter cometido nenhum delito e de as acusações sobre Ele não terem sido provadas demonstram a total arbitrariedade do julgamento do Mestre, realçando o fracasso da justiça humana.

A crucificação e a sepultura de Jesus (v.9).

 Isaías anuncia de antemão que o Senhor Jesus Cristo “foi contado com os transgressores”, e reafirma a verdade de que Ele carregou nossos pecados. Os Evangelhos relatam que Jesus foi crucificado entre dois salteadores (Mt 27.38; Mc 15.27,28), mostrando, assim, a autenticidade da profecia bíblica. Note que as palavras de Cristo no alto da cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34), foram também preditas por Isaías, quando o profeta diz que o Messias “pelos transgressores intercedeu” (v.12).
A análise profética fica mais interessante e rica, quando Isaías prediz que a “sepultura” de Jesus foi colocada entre a dos “ímpios” (v.9). Isso significa que os opositores de Jesus queriam dar-lhe um sepultamento vergonhoso e vil como o de um criminoso. Tal coisa era considerada opróbrio em Israel (Is 14.19). Porém, o plano deles falhou, pois o profeta diz que o Mestre Jesus foi contado “com o rico, na sua morte” (v.9). Ou seja: o Filho de Deus foi enterrado honrada e dignamente. Os Evangelhos, confirmando Isaías, revelam que um homem rico, chamado José, da cidade de Arimatéia, cedeu um túmulo novo, cinzelado na rocha, para que neste fosse posto o corpo do Mestre (Mt 27.57,58,60).



                    LIÇÕES DOUTRINÁRIAS DO SACRIFÍCIO DE CRISTO

 As nossas dores e as nossas enfermidades. 

O profeta, além de preanunciar detalhes da vida e do sofrimento do Messias, também destacou grandes doutrinas oriundas da morte expiatória de Cristo. Um dos maiores ensinamentos é a vicariedade de seu sacrifício. Isto é, Ele padeceu em nosso lugar, tomando sobre si “as nossas enfermidades e as nossas dores” (v.4). A expiação que o Filho de Deus nos propicia abrange, além da cura física, a espiritual (v.5), conforme atestamos pela leitura do Novo Testamento (Mt 8.17; 1 Pe 2.24).

Os nossos pecados. Jesus sofreu não por ter cometido pecado, mas porque agradou a Deus “moê-lo, fazendo-o enfermar”, colocando a sua “alma [...] por expiação do pecado” (v.10). Essa foi a vontade de Deus: que o justo sofresse pelo pecador (vv.10,11b). O profeta mostra tratar-se, como já foi dito, de uma morte vicária (Rm 3.25; 5.18,19; 2 Co 5.21).

A humildade e o amor de Jesus Cristo. É digno de destaque o fato de o Senhor Jesus Cristo ter se despido de toda a sua glória para tornar-se como um de nós (Fp 2.3-11). Tal humildade e amor benevolente servem-nos de exemplo para que possamos agir da mesma forma em relação aos nossos semelhantes (Jo 3.16; 1 Jo 3.16).  

Há abundantes evidências em o Novo Testamento sobre o fiel cumprimento de Isaías 53. A Teologia Sistemática (CPAD) de Stanley Horton, na página 91, informa que o professor americano Peter W. Stoner examinou oito profecias sobre Jesus, no Antigo Testamento, e concluiu que na vida de uma pessoa, a probabilidade dos oito casos serem coincidências é de 1 em 1017, ou seja, 1 em cem quatrilhões (100.000.000.000.000.000).
A única explicação racional para o fiel cumprimento das profecias da Bíblia é que Deus tudo revelou aos seus profetas. Não se trata, portanto, de manipulações humanas. As profecias messiânicas já cumpridas mostram-nos a autenticidade da Bíblia e advertem-nos de que as profecias escatológicas também se cumprirão.

“A história do mundo segundo o sonho do rei Nabucodonosor

A primeira profecia de Daniel foi acerca do rei Nabudonosor. Tratava dos detalhes de um sonho que o rei tivera e de sua interpretação. Daniel disse: ‘[...] darei ao rei a interpretação’ (2.24), e então interpretou a visão do poderoso monarca sobre uma ‘extraordinária’ (2.31) estátua com a cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e quadris de bronze e pernas de ferro (2.32,33). Era um sonho sobre os futuros poderes do mundo. A cabeça de ouro era a Babilônia; o peito e os braços representavam os Medos e os Persas. Os quadris de bronze representavam a Grécia, e as pernas e os pés simbolizavam o Império Romano, em seu auge e declínio. Por fim, surge uma ‘pedra’. 
A pedra representava o Messias de Israel, que feriria ‘a estátua nos pés de ferro e de barro’, esmiuçando-os (2.34). Deus então estabeleceria seu reino, ‘que não será jamais destruído’, referindo-se ao futuro reino messiânico de Cristo (2.44). Esta profecia transpôs o âmbito histórico e mostrou que certas características em cada uma dessas nações levariam ao reino milenial. ‘Na eternidade, os aspectos temporais irão fundir-se com a criação de um novo céu e uma nova terra’ (Unger, Commentary, p. 1619). Com o sonho de Nabucodonosor, Deus revelou o propósito de toda a história através de Daniel. Nenhum outro profeta recebeu uma revelação tão completa e precisa”
.notas (LAHAYE, T.; HINDSON, E. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. RJ: 1.ed. CPAD, 2008, pp.175,176)

 

 

                                 Profetas Maiores e Menores


Literatura: Conjunto de trabalhos literários de um país ou época.

Todos os profetas, tanto os pré-clássicos como os clássicos, têm a mesma autoridade divina e igualmente falaram em nome do Senhor. Os chamados clássicos são os profetas literários, divididos em dois grupos: Maiores e Menores. A lição de hoje apresenta um breve estudo do texto da Leitura Bíblica em Classe e, em seguida, uma explanação acerca de dois grupos dos livros proféticos em consideração.

 OSÉIAS — O PROFETA MENOR

Oséias em o Novo Testamento. É sabido que a “Bíblia” dos tempos do Novo Testamento consistia exatamente no que hoje conhecemos como o Antigo Testamento. Por isso, o apóstolo Paulo fundamentava sua pregação e seu ensino na Lei e nos Profetas e dizia que não pregava outra coisa senão o que “os profetas e Moisés disseram que devia acontecer” (At 26.22). No texto de Romanos 9, por exemplo, o apóstolo dos gentios cita o nome de Oséias (v.25a) e faz referência ao texto do profeta (Os 2.23).
Note na Leitura Bíblica em Classe que, em seguida, o apóstolo Paulo cita outro profeta, Isaías. Algo que chama a atenção é o fato de o apóstolo citar os dois profetas exatamente na ordem em que se encontram em nossa Bíblia: Oséias, o primeiro dos Profetas Menores e Isaías, dos Maiores.

A vocação dos gentios prevista em Oséias. 

A história deste profeta, como já foi dito na segunda lição, é um dos casos raros em que a condição pessoal do profeta serviu para retratar a mensagem divina; é o que chamamos de “oráculo por ação”. Sua história dramática é conhecida por todos os que lêem a Palavra de Deus. Até mesmo os nomes de seus filhos descreviam a situação do relacionamento entre o Senhor e Israel. Lo-Ami, terceiro filho de Gomer, mulher do profeta Oséias, era ilegítimo, pois ela havia adulterado (Os 1.8,9). Esse nome significa “não-povo-meu”, isto é, “não és meu filho”.

Assim como o adultério rompe os laços matrimoniais, Israel, por causa de sua infidelidade a Deus, havia quebrado o concerto divino firmado no Sinai. Entretanto, a profecia contempla um fim glorioso para Israel: “[...] a Lo-Ami direi: Tu és meu povo!” (Os 2.23). É exatamente essa a mensagem que o apóstolo aplica aos gentios que se convertem mediante o evangelho de Cristo: “Chamarei meu povo ao que não era meu povo” (Rm 9.25).

 A interpretação apostólica. 

Assim como os hebreus desviados dos dias de Oséias ofereciam sacrifícios aos deuses falsos, os gentios adoravam aos ídolos. Tais cultos eram, na verdade, oferecidos aos demônios (1 Co 10.20). Entretanto, Deus mudaria a sorte de “Lo-Ami” (nesse caso, a utilização de seu nome consiste em uma sinédoque representando Israel), pois “no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo” (Os 1.10). Da mesma forma, Paulo interpretou o texto de Oséias, declarando que o Senhor Deus igualmente mudou a condição dos gentios que se converteram à fé cristã: “Vós não sois meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo” (v.26).

 ISAÍAS — O PROFETA MAIOR

 Explanação apostólica (v.27).

 O apóstolo Paulo aplica a profecia de Isaías acerca do remanescente fiel aos judeus de sua geração, porque apenas uma minoria deles veio a crer em Jesus. A explanação apostólica tem sua razão de ser. O profeta Isaías, preanunciando a destruição do Reino do Norte pelos assírios, destaca “os resíduos” de Israel (Is 10.20), que, sendo poupados por Deus, viriam posteriormente a se converter (v.21). Em outras palavras, a maior parte daquele povo ia perecer (Is 10.22).

 O cumprimento das promessas de Deus (v.28).

 Na realidade, não somente o versículo 28, mas toda esta seção (vv.27-29) demonstra que o cumprimento das promessas do Senhor é um fato. Contudo, este se concretiza no tempo de Deus, e não o contrário. Assim, a despeito de a rejeição de Israel a Deus ser uma realidade e a aceitação da mensagem de salvação pelos gentios ser um fato observável, as promessas do Senhor para os judeus não falharam. O profeta fala de uma parte de Israel que será salva, ou seja: o remanescente fiel.

 A graça de Deus prenunciada por Isaías (v.29). 

No versículo 29, o apóstolo Paulo volta a citar o profeta messiânico, fazendo alusão a Isaías 1.9. Ele faz coro com o profeta, reconhecendo que se não fosse a misericórdia de Deus, o remanescente de Israel teria desaparecido da terra assim como aconteceu com Sodoma e Gomorra. O apóstolo Paulo está, com isso, advertindo os judeus a reconhecerem a graça de Deus e a converterem-se ao Senhor, a fim de serem salvos (Rm 3.9,23,30; Gl 3.22).

 CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS PROFÉTICOS

 Os Profetas Maiores.

 É uma designação utilizada para identificar o primeiro conjunto de cinco livros dos profetas. Eles são chamados de “maiores” por causa do volume do seu conteúdo literário. Os três mais volumosos são Isaías, Jeremias e Ezequiel. Apesar de o livro de Lamentações conter apenas cinco capítulos e o de Daniel doze, ambos pertencem ao grupo dos profetas maiores.

 Os Profetas Menores.

 São os doze livros que sucedem os profetas maiores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Apesar de ser doze o número de livros, todo o material literário dos profetas menores é considerado como um só livro no cânon judaico. A designação deve-se ao seu pequeno volume literário em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel, e não quanto à qualidade da inspiração divina.

 A autoridade do ministério profético do Antigo Testamento na Nova Aliança.

 O apóstolo Paulo citou Oséias e Isaías, reconhecendo a inspiração e a autoridade divinas de ambos. Eles clara e distintamente ouviram a voz de Deus, tendo plena consciência da revelação recebida do Senhor por intermédio do Espírito Santo.
Todos eles foram impelidos pelo Espírito do Senhor para declarar os oráculos divinos ao povo. Alguns dos profetas menores foram contemporâneos dos maiores, como Oséias, Amós e Miqueias, que viveram na mesma época de Isaías. Os últimos dias da vida de Sofonias, por exemplo, coincidiram com os primeiros de Jeremias. Seus temas foram os mesmos, porquanto profetizaram a respeito do Messias, de Israel, das nações vizinhas e da justiça social.

As Escrituras Sagradas não fazem distinção entre os dois grupos. Com exceção de Lamentações, Ezequiel, Obadias e Sofonias, que não são citados diretamente em o Novo Testamento (apesar de haver no texto neotestamentário inúmeras reminiscências de tais livros), todos os demais livros são citados diretamente pelo Senhor Jesus e pelos seus apóstolos. Seis deles são citados por nome: três Maiores: Isaías (Mt 3.3), Jeremias (Mt 2.17) e Daniel (Mt 24.1.5); e três Menores: Oséias (Rm 9.25), Jonas (Mt 12.39-41) e Joel (At 2.16). Uma curiosidade é que depois do livro dos Salmos, Isaías é o mais citado em o Novo Testamento.
Os livros dos profetas menores não são secundários, nem os dos maiores mais importantes. Todos são inspirados verbal e plenariamente pelo Espírito Santo. Sem eles, jamais viríamos a entender o plano de Deus para Israel, para os gentios e para a nossa vida em particular.

 “Os Profetas Escritores

Os profetas são divididos entre ‘profetas escritores’, cujas mensagens estão preservadas como livros do AT, e ‘profetas oradores’, cujo ministério é descrito, mas não fizeram nenhuma contribuição ao cânon. A importância de um profeta na história não pode, entretanto, ser medida por essas categorias. Elias e Eliseu são profetas oradores. Contudo, esses dois, com sucesso, resistiram aos vigorosos esforços de Acabe e Jezabel em substituir Yahweh por Baal como deidade ‘oficial’ de Israel (1 Rs 16; 2 Rs 10). As obras dos profetas escritores são divididas em duas categorias. Há os profetas maiores, cujas obras são especialmente longas e, os assim chamados profetas menores, cujos trabalhos são menores”.
(notas RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.405) 

                         Estrutura dos livros


O Antigo Testamento é a primeira das duas principais partes da Bíblia, e contém 39 livros, classificados em quatro grupos: Lei, Históricos, Poéticos e Proféticos. Essa ordem é padronizada, aqui, no Ocidente, pois em outros cânones há alterações, ainda mais nos outros ramos do cristianismo como os católicos romanos, ortodoxos, armênios, etíopes, cópticos, siríacos, nestorianos, que incluem os livros apócrifos, e em alguns casos os pseudígrafos. O Antigo testamento Hebraico não contém os apócrifos, porém, estão arranjados de forma diferente .

                                             Sua Mensagem

O assunto do Antigo Testamento é a redenção humana. O Antigo Testamento não é um tratado de Teologia Sistemática, mas a teologia está presente do começo ao fim, nos relatos históricos, nas poesias, nas profecias, nos preceitos morais e cerimoniais. É, portanto, a fonte de toda a teologia. Não é também um compêndio sistemático da fé de Israel em Deus, cujo clímax dessa revelação é Jesus (Jo 1.18). Toda a história do Antigo Testamento mostra como Deus operou no processo da redenção humana. Registra o relacionamento de Deus com o homem até que o plano de redenção fosse realizado na cruz do Calvário.
Como os primeiros cristãos viam o Antigo Testamento? Era aceito como coletânea de livros inspirados por Deus (2 Tm 3.16). Os cristãos e os judeus preservaram o Antigo Testamento até os nossos dias. A Igreja usou essa parte das Escrituras para a evangelização no seus primeiros dias (At 17.2,3; 24.14; 26.22). O fato de esses cristãos serem judeus justificaria a preservação de suas Escrituras, mas essa preservação não foi só por isso. Além disso, eles reconheciam-na ainda como o núcleo básico de sua fé ampliada em Jesus. O Novo Testamento apresenta com muita frequência o Antigo Testamento como a base para a fé cristã.
(notas SOARES, E. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.23-4).

 


:                                          Os falsos profetas 


Falso: Contrário à realidade; em que há mentira ou dolo; que imita algo ou parece verdadeiro.

Dentre os falsos profetas do Antigo Testamento encontram-se também os das divindades pagãs. Vamos, porém, enfocar os falsos profetas de Israel que, por não terem o temor de Deus, usavam o nome do Senhor para enganar o povo. Há, especialmente, dois casos horrendos nas Escrituras Sagradas: o relato de Zedequias, filho de Quenaana, e seu grupo de profetas, que conseguiram impressionar o rei Acabe (1 Rs 22.5-28; 2 Cr 18.4-27), e o falso profeta Hananias.

 A FALSA MENSAGEM PROFÉTICA

A celeste mensagem de Jeremias. No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço uma canga de madeira com tiras de couro (27.1,2; 28.10,12,13) e foi enviado por Deus ajuda e Jerusalém (27.3), exortando o povo à submissão ao rei de Babilônia (27.6-8). Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar livrar-se de Nabucodonosor (27.12,13).

 O falso profeta Hananias (v.1). 

No mesmo ano em que o Senhor transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, surgiu um falso profeta — “Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão” (v.1) — para confrontar a mensagem do arauto de Deus. O falso profeta desafiou Jeremias no Templo de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria igreja, falsos profetas (2 Pe 2.1,2; Leia ainda At 20.30; 1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).

A mensagem de Hananias (vv.3,4) e a reação do profeta de Deus.

O farsante Hananias procurava contradizer a mensagem de Jeremias acerca do destino de Jeconias (nome alternativo de Joaquim, filho de Jeoaquim, também chamado de Conias [cf. Jr 37.1]) e do fim do cativeiro. O profeta de Deus afirmava ser impossível Jeoaquim retornar de Babilônia (Jr 22.24-27), o que realmente aconteceu, pois o rei veio a morrer em Babilônia durante o reinado de Evil-Merodaque (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30). Da mesma forma, os oráculos divinos anunciavam setenta anos para o domínio babilônio sobre os judeus (Jr 25.11; 29.10), o que, a despeito de o povo israelita ser escolhido de Deus, também veio a se cumprir (2 Cr 36.22,23; Dn 9.2).
Contudo, o falso profeta Hananias trouxe uma mensagem que todos queriam ouvir: a volta de Joaquim e o fim do jugo caldeu em dois anos (Jr 28.2-4). Era, portanto, a palavra dele contra a de Jeremias, e isso colocava o homem de Deus em desvantagem, pois o povo esperava uma mensagem de triunfo.
Entretanto, como se pode ver no capítulo 28 e versículos 5 a 9, Jeremias reitera a Palavra do Senhor, com destaque para o versículo 6, quando o profeta diz um “amém” irônico, advertindo o povo a não empolgar nem se entusiasmar com os oráculos de Hananias. Apesar de um discurso bonito e de uma mensagem agradável, faltava ainda o teste do tempo como ensina Deuterônomio 18.22. A Bíblia ensina que o profeta só será reconhecido como tal após suas predições se cumprirem (28.9). 


 O FALSO PROFETA DESMASCARADO

 A arrogância de Hananias. 

Duas características de um falso profeta são a audácia e a arrogância. E o falso profeta Hananias apresentava essas más qualidades. A Palavra de Deus diz que, enquanto o profeta Jeremias representava a situação futura de Israel usando um jugo no pescoço, Hananias tomou o jugo e, diante do povo, quebrou-o, reafirmando seu discurso positivista: “Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos” (v.11). Era uma situação difícil para Jeremias, que limitou-se a “tomar o seu caminho”. Para nós, que estamos cientes de que a verdade estava do lado de Jeremias, é fácil compreender. Todavia, imagine o povo naquela época assistindo esse embate, com o agravante do falso profeta usara chancela (ainda que falsa) de uma suposta autoridade espiritual: “Assim fala o SENHOR dos Exércitos̶ ou “assim diz o SENHOR” (vv.2,4,11). Como discernir o verdadeiro do falso?

O jugo de madeira é substituído por um de ferro (vv.13,14).

 A ousadia de Hananias acarretou ainda mais a ira divina. Deus mandou Jeremias voltar e declararão falso profeta: “Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro” (v.13). Dessa forma, a servidão seria ainda pior, pois, agora o jugo seria de ferro, ou seja, ninguém poderia quebrá-lo (v.14).

O julgamento do falso profeta Hananias e a confirmação de Jeremias como profeta de Deus (vv.15-17).

Como tudo tem o seu tempo, chegou a hora de o falso profeta Hananias ser desmascarado. Disse-lhe Jeremias: “[...] não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras” (v.15). A mensagem do falso profeta, apesar de agradável, era falsa; não provinha do Senhor. Noutras palavras, era uma mentira ruinosa que contribuiu para a queda da nação e o exílio do povo.
Hananias pagaria com a própria vida por sua rebelião contra o Senhor; disse-lhe Deus: “Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o SENHOR” (v.16). Essa era a pena que a lei determinava para os falsos profetas (Dt 18.20). O início do confronto entre o verdadeiro e o falso profeta aconteceu no “quinto mês” (v.1). Hananias morreu “no mesmo ano, no sétimo mês” (v.17). Isso mostra que a profecia de Jeremias cumpriu-se em menos de dois meses. Hananias foi desmascarado e morto; Jeremias, confirmado como profeta de Deus. Por que o povo não se arrependeu de seus pecados, e continuou a confiar nas mentiras dos falsos profetas? A resposta é simples: os rebeldes optam por acreditar apenas naquilo que lhes agrada. Essa é a tendência do ser humano.


O DOM DE DISCERNIR É O GRANDE INIMIGO DOS FALSOS PROFETAS



O discernimento do povo de Deus.

Um dos dons espirituais mais necessários é o de discernimento. Isto porque o falso profeta, sendo um imitador muito eficiente, pode confundir o povo de Deus, uma vez que suas mensagens concordam com aquilo que as pessoas esperam, gostam e sonham. Entretanto, o crente que teme a Deus tem o discernimento, mediante o Espírito Santo, para distinguir a verdade do erro. Alguns exemplos bíblicos demonstram que, às vezes, a mentira e a verdade estão mais que evidentes (Êx 7.12; 1 Rs 22.18,37). Oremos, pois, a Deus, rogando-lhe o dom de discernimento de espíritos.

 A luta da verdade de Deus contra a mentira diabólica. 

O apóstolo Pedro deixou claro que a presença do verdadeiro não é suficiente para impedir a manifestação do falso. Ao falar dos autênticos profetas hebreus do Antigo Testamento, o apóstolo ressaltou que “também houve entre o povo falsos profetas” (2 Pe 2.1). Ao longo dos séculos, percebeu-se que onde há o verdadeiro, há também o falso. Para cada Moisés, há um Janes e Jambres (2 Tm 3.8); para cada Micaías, há um Zedequias, filho de Quenaana (1 Rs 22.11); para cada Jeremias, há um Hananias, filho de Azur.

 Os discípulos do profeta Hananias.

 À semelhança de Hananias, muitos falsos profetas estão por aí causando estragos nas igrejas e trazendo problemas até para a sociedade. Portanto, estejamos atentos e vigilantes.Os falsos profetas continuam a arruinar a vida de muita gente. Por causa deles, muitos alteram e comprometem o plano de Deus para a sua vida e ministério. Outros, afastam-se de seus familiares e amigos e passam a evitar a igreja, rejeitando os pontos fundamentais da fé cristã. Que Deus nos livre de tais embusteiros. Fiquemos, pois, com as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane” (Mt 24.4). 

A mensagem contemporânea de Jeremias

"Jeremias iniciou a sua mensagem com ‘Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim...’ [capítulo 23] (v.9). Os profetas aos quais ele se referia não eram aqueles de um deus ou ídolo falso. Não, estes eram profetas de Israel, os mesmos que falavam em nome de Jeová. Eles eram muito conhecidos e aceitos entre os crentes, mas Deus lamentava: ‘até na minha casa achei a sua maldade’ (v.11). Isso partiu o coração de Jeremias. Hoje em dia é diferente? Não, aqueles que têm uma compreensão do que é verdadeiramente profético podem entender com facilidade a sua tristeza. Não são falsos profetas os adivinhadores que lêem a palma da mão, cartas de tarô ou falam segundo as estrelas, que entristecem profundamente aqueles que anseiam por ver a Deus glorificado. Na verdade, são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências os que partem o coração dos justos. Eles se entristecem porque, embora o ministério seja apresentado no nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”

.(notas BEVERE, J. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1.ed. RJ: CPAD, 2006, pp.60-1).


                      Discernimento de Espírito

“[...] O fato é que a palavra discernimento significa formar um juízo e se relaciona com a palavra usada para julgar profecias. Envolve uma percepção que é dada de modo sobrenatural, para diferenciar entre os espíritos, bons e maus, genuínos ou falsos, a fim de chegarmos a uma conclusão.
João diz que não devemos crer em todos os espíritos, mas prová-los (1 João 4.1). [...] A Bíblia, na realidade, fala em três espíritos: o de Deus, o do homem e o do Diabo (com os maus espíritos ou demônios com ele associados). Na operação deste dom na congregação, parece que o espírito do homem talvez cause mais problemas. Mesmo com as melhores intenções, é possível que algumas pessoas tenham a impressão de que seus próprios sentimentos são a voz do Espírito Santo. Ou por causa do zelo excessivo ou da ignorância espiritual de como a pessoa se rende ao Espírito Santo, seu espírito possa intrometer-se”. 
(notas HORTON, S. A doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, pp.300-1). 


                                       Uma fé racional



“De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas (Gilbert Kirby). [...] a Palavra de Deus ensina que a nossa razão é parte da imagem divina na qual Deus nos criou. Ele é o Deus racional que nos fez seres racionais e nos deu uma revelação racional. Negar nossa racionalidade é, portanto, negar nossa humanidade, vindo a ser menos do que seres humanos.

 As Escrituras proíbem que nos comportemos como cavalos e mulas que são ‘sem entendimento’ e, ao contrário, ordenam que sejamos ‘maduros’ em nosso entendimento: Sl 32.9; 1 Co 14.20. De fato, a Bíblia nos diz constantemente que cada área da vida cristã é dependente do uso cristão de nossas mentes. [...] Muitos acham que a fé é inteiramente irracional. Mas as Escrituras nunca colocam a fé e a razão uma contra a outra, como sendo incompatíveis. Pelo contrário, fé somente pode nascer e crescer em nós pelo uso de nossas mentes: 'Em ti confiarão os que conhecem o teu nome' (Sl 9.10); a confiança deles brota do conhecimento da fidelidade do caráter de Deus. Novamente, em Isaías 26.3: ‘Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti, porque ele confia em ti’. Aqui, confiar em Deus e manter a mente em Deus são sinônimos, e uma perfeita paz é o resultado” .
(notas STOTT J. R. W.Cristianismo Equilibrado. RJ: CPAD, pp.22,23).


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PAZ DO SENHOR

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