Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de 2010
Título: O Poder e o Ministério da Oração — O
relacionamento do cristão com Deus
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição
10: O
Ministério da Intercessão
Data: 05 de Dezembro de 2010
TEXTO ÁUREO
“Orando em todo
o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a
perseverança e súplica por todos os santos” (Ef
6.18).
VERDADE PRÁTICA
Através de Cristo e sob o poder do Espírito Santo, somos
impulsionados e capacitados a interceder uns pelos outros.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Mt 15.22-28
A
intercessão da mulher siro-fenícia
Terça - Jó
42.10
A
intercessão altruísta de Jó
Quarta -
Lc 23.34
A
intercessão compassiva
Quinta -
Rm 8.34; Hb 7.25
Cristo
intercede pelo seu povo
Sexta - Rm
8.26
O Espírito
Santo intercede pelo crente
Sábado - 1
Tm 2.1-4
Devemos
interceder por todos os homens
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Gênesis
18.23-29,32,33.
23 - E chegou-se Abraão, dizendo:
Destruirás também o justo com o ímpio?
24 - Se porventura houver cinquenta
justos na cidade, destruí-lo-ás também, e não pouparás o lugar por causa dos
cinquenta justos que estão dentro dela?
25 - Longe de ti que faças tal coisa,
que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja.
Não faria justiça o Juiz de toda a terra?
26 - Então disse o SENHOR: Se eu em
Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por amor
deles.
27 - E respondeu Abraão dizendo: Eis
que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.
28 - Se, porventura, faltarem de
cinquenta justos cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E disse:
Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco.
29 - E continuou ainda a falar-lhe, e
disse: Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei por amor dos
quarenta.
32 - Disse mais: Ora, não se ire o
Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se, porventura, se acharem ali dez? E
disse: Não a destruirei por amor dos dez.
33 - E foi-se o SENHOR, quando acabou
de falar a Abraão; e Abraão tornou ao seu lugar.
INTERAÇÃO
Intimidade! Quando olhamos para a vida de Abraão e a sua
apaixonada intercessão em favor de Sodoma e Gomorra percebemos que ele mantinha
uma relação tão vital com Deus que Este compartilhou com Abraão uma intimidade
do seu próprio coração no tocante àquelas duas cidades: “E disse o Senhor:
Ocultarei eu a Abraão o que faço?” (Gn 18.7). Por causa dessa intimidade Abraão
foi um grande intercessor. Suas intercessões não chegaram impedir a ira de Deus
sobre as duas cidades, mas serviram para livrar a Ló e sua família daquela
destruição (Gn 19.29). Com Abraão entendemos que toda intercessão significativa
só pode se originar de um coração que esteja em perfeita intimidade com a
compaixão e os propósitos do coração de Deus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar a oração intercessória no Antigo Testamento e em o Novo
Testamento.
·
Compreender as características de um intercessor.
·
Conscientizar-se que a compaixão e o amor são características
marcantes do cristão.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, sugerimos que você utilize o quadro abaixo ao
introduzir o segundo tópico. Isso pode ser feito através de PowerPoint,
retroprojetor, lousa ou distribuição de cópias. Procure enfatizar o ministério
da intercessão exercido por Abraão, Moisés e Paulo como exemplos de amor ao
próximo, porém, cite Jesus Cristo como o exemplo supremo de compaixão e amor
pelo próximo. Conclua explicando que a vida de oração intercessória passa pelas
características cristãs de perseverança, altruísmo e empatia conforme o quadro
abaixo. Boa aula!
Perseverança
• Em súplicas a Deus;
• Em meio às adversidades;
• Em seu pedido.
Altruísmo
• Renúncia de si mesmo;
• Colocar-se no lugar do outro;
• Amor ao outro.
Empatia
• Identificar-se com o outro;
• Harmonizar-se com o diferente;
• Disponibilidade para aprender com o próximo.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Intercessão: [Do lat. intercessionem]. Súplica em favor de
outrem. A intercessão pressupõe sofrer com os que sofrem; chorar com os que
choram.
O amor é a característica mais marcante do cristão (Jo 13.35).
Esse amor deve ser demonstrado em todo o seu viver, inclusive em suas orações
intercessórias. Intercessão quer dizer orar a Deus em favor de outra pessoa. A
Palavra ordena aos filhos de Deus a orar por seus irmãos (Ef 6.18,19), pela
obra de Deus (Mt 9.38), pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2) e até pelos
inimigos (Mt 5.44). Se você, meu irmão, não é um intercessor, está perdendo a
bênção de Deus. Portanto, entre na esfera da intercessão agora!
I. A ORAÇÃO
INTERCESSÓRIA
1. No Antigo Testamento. Entre o povo de Israel havia muitos homens
fiéis, amorosos e dedicados, que perseveraram em oração a Deus por seus irmãos
e pela nação inteira. Samuel (1 Sm 7.8,9; 12.19-25), Moisés (Êx 32.11-14,
30-32; Dt 9.13-19), Jeremias (14.19-22), Esdras (Ed 9.6-15), Daniel (Dn 9.3-19)
e tantos outros servem como exemplo. O próprio Deus menciona nominalmente
homens como Samuel e Moisés como intercessores (Jr 15.1). Estes homens santos
se afligiam com o pecado do povo, sentiam a necessidade do perdão divino e
choravam diante de Deus, suplicando-lhe uma solução.
2. Em o Novo Testamento. O ministério da intercessão perante Deus
continuou, sendo o Senhor Jesus o nosso supremo exemplo (Jo 17). Pessoas vinham
ao Mestre pedindo por seus parentes, amigos e servos (Mc 5.22-43; 10.13; Jo
4.46-53). Jesus demonstrou a prática da intercessão muitas vezes orando pelos
perdidos (Lc 19.10), por Jerusalém e seus discípulos (Jo 17.6-26). Na igreja, a
partir do livro de Atos e das Epístolas há muitos e variados exemplos de
intercessões em oração, nos quais há grandes lições para a nossa vida cristã. A
igreja é incentivada a orar uns pelos outros (Tg 5.16; Ef 6.18). Ela deve
habituar-se a interceder pelas necessidades dos irmãos (At 12.5; 13.3). Na
igreja, às vezes há grupos que se organizam e se intitulam “Os Intercessores”,
mas não perduram. O verdadeiro intercessor não gosta de aparecer. Ele em si
mesmo se compraz em ver, mediante sua intercessão, o nome de Deus ser
glorificado pelas bênçãos concedidas.
3. Nos dias atuais. A Bíblia
nos ensina que é dever do crente orar pelos outros (1 Jo 5.16; 1 Tm 2.1,8; Ef
6.18; Tg 5.16). Contudo, não é só um dever, mas principalmente um privilégio e
um canal de bênção. Aquele que persevera em orar pelos outros, Deus levanta
intercessores para orar por ele e, assim, todos são abençoados. A oração
intercessória enquadra-se na verdade bíblica: “Mais bem-aventurada coisa é dar
do que receber” (At 20.35). Quem ora, se coloca diante de Deus, entra em sua
presença e nunca sai deste encontro da mesma forma que entrou. Ser alvo de uma
oração é gratificante; orar é glorioso. A prática de estar com Deus em oração,
muda o homem (Gn 32.22-32). As pessoas conseguem perceber a diferença daquele
que cultiva a comunhão com Deus (Êx 34.29-35). Dentre os discípulos de Jesus,
três conviveram mais com Ele; e dentre os três, um era-lhe ainda mais chegado.
SINOPSE DO
TÓPICO (I)
A oração intercessória no AT (como as de Moisés e Samuel) e em o NT
(o supremo exemplo de Jesus) serve de modelo para os dias hodiernos.
II.
CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR
1. Perseverança. Abraão foi
um homem perseverante. Sua súplica a Deus por Sodoma e Gomorra demonstra sua
diligência. Ele intercedeu diante de Deus e nisso perseverou até obter a
resposta (Gn 18.22-33). O intercessor não pode se deixar levar pelas
dificuldades e aparentes “impossibilidades”. Foi o caso da mulher siro-fenícia
perante Jesus. Apesar de ser ignorada e receber inicialmente um “não” do
Senhor, como teste da sua fé, ela insistiu em seu pedido, humilhando-se diante
dEle, até que foi atendida em sua petição (Mt 15.22-28).
2. Altruísmo. Em um
autêntico intercessor não pode haver egoísmo, mesmo porque, se alguém é
egoísta, não é intercessor. O oposto do egoísmo é o altruísmo. A pessoa esquece
de si mesma e cuida do outro por amor. O caso de Moisés é emblemático. O Senhor
falou em acabar com o povo de Israel e iniciar, a partir dele (Moisés), outro
povo (Êx 32.7-14). O amor que Moisés tinha por aquelas pessoas, que com tanto
zelo e devoção eram conduzidas por ele, dominava o seu ser. Esse amor o levou a
rejeitar a proposta e interceder pelo povo que havia desprezado a Deus e ao
próprio Moisés (Êx 32.1,4). Na mesma ocasião, esse servo de Deus pediu para ser
riscado do livro divino, caso o Senhor não perdoasse aos israelitas (Êx
32.30-32). Um fato semelhante é o de Jó, que em meio a severas provações,
grande necessidade e graves problemas de saúde, intercedia diante de Deus por
seus “amigos” (Jó 42.10). O apóstolo Paulo, com profundo amor pelo seu povo e
anseio por sua salvação, afirmou que abriria mão de sua própria salvação em
favor deles (Rm 9.3). Jesus, cravado no madeiro, sofrendo grandes dores,
intercedeu por seus algozes (Lc 23.33,34), e pelo ladrão arrependido
crucificado ao seu lado (vv.40-43).
3. Empatia. Empatia é,
no campo natural, a capacidade de uma pessoa identificar-se com outra;
harmonizar-se, combinar com outra pessoa, sentir o que ela sente, desejar o que
ela quer, apreender do modo como ela apreende. Interceder, no campo espiritual,
é mais do que simplesmente apresentar pedidos em favor de outros diante de Deus.
É ter a capacidade de se colocar no lugar daquela pessoa ou pessoas, sentir
suas misérias, sua dor, seu estado, sua necessidade e, por conseguinte,
implorar a Deus por sua resposta. Esdras e Jeremias foram exemplos nesta área.
Eles mesmos não haviam pecado contra Deus, cometendo as abominações que o povo
cometia em sua época. No entanto, em oração apresentaram o povo a Deus,
rogando-lhe o seu perdão e implorando por salvação (Jr 14.18-22; Ed 9.6-15).
Neemias, o governador, fez a mesma coisa (Ne 9.33,37). Em Jesus esta
característica é notória; Ele sentia a dor das pessoas, o que o levava à
compaixão (Lc 7.11-13; Mt 9.36; 14.14). Quando viu a dor de Maria ao perder seu
irmão, chorou (Jo 11.32-35). O cristão deve sempre ter em si esta virtude (Rm
12.15) ao interceder diante de Deus por outro.
SINOPSE DO
TÓPICO (II)
As principais características bíblicas do intercessor são:
perseverança, altruísmo e empatia.
III. A FORÇA
DA ORAÇÃO COLETIVA
1. Nínive. O Senhor
havia determinado a destruição de Nínive. Seus habitantes, no entanto,
decidiram arrepender-se e humilhar-se diante de Deus, como um só homem,
apregoando um jejum que incluía até os animais, clamando a Deus por
misericórdia e pela revogação da sentença destruidora que fora motivada por
eles mesmos. Apesar dos protestos do profeta Jonas, tiveram sua petição
atendida, e todo o povo foi salvo da destruição (Jn 3.5-10).
2. Israel. Quando
Ester tomou conhecimento do terrível e destruidor edito real que decretava a
morte de todos os judeus, ela e suas auxiliares decidiram orar e jejuar para
que o Senhor preservasse a vida dos descendentes de Abraão e desse vitória
sobre seus inimigos. Mais uma vez, Deus respondeu à oração (Et 4.15-17; 8.1-17).
3. Igreja Primitiva. A igreja começou em plena atmosfera de oração
(At 2.42). Eles apresentavam seus pedidos a Deus de forma unânime. Quando Pedro
foi preso, a igreja reuniu-se para interceder a Deus por ele (At 12.1-17).
Aquela reunião de súplica foi certamente transformada em reunião de louvor e
agradecimento a Deus pela oração respondida.
SINOPSE DO
TÓPICO (III)
A oração coletiva é eficaz na perseverança e unanimidade da igreja,
assim como o exemplo em Nínive, Israel e na Igreja Primitiva.
CONCLUSÃO
Orar pelos outros é um dever e uma prova de que o amor de Deus
está derramado no coração do intercessor. Buscar a Deus com fé é o modo correto
de começar. Todos os cristãos devem desenvolver uma vida de oração e
intercessão, buscando ter em si virtudes como altruísmo, perseverança e empatia
espiritual. Assim fazendo, além de aprimorar sua vida de comunhão com Deus, o
cristão estará cumprindo o mandato divino de amar ao próximo como a si mesmo.
VOCABULÁRIO
Altruísmo: Amor ao próximo.
Emblemático: Significativo, exemplar.
Empatia: Sentir o que o outro sente.
Emblemático: Significativo, exemplar.
Empatia: Sentir o que o outro sente.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HUGHES, R.
K. Disciplinas do Homem
Cristão. 3.ed. RJ: CPAD,
2004.
SOUZA, E. Â. Guia Básico de Oração. Como orar com eficácia no seu dia-a-dia. 1.ed. RJ: CPAD, 2002.
SOUZA, E. Â. Guia Básico de Oração. Como orar com eficácia no seu dia-a-dia. 1.ed. RJ: CPAD, 2002.
EXERCÍCIOS
1. O que é intercessão?
R. Orar a Deus em favor de outra pessoa.
2. Cite três exemplos de homens fiéis que
perseveraram em oração a Deus no Antigo Testamento.
R. Abraão, Moisés e Samuel.
3. Em qual verdade bíblica se enquadra a oração
intercessória?
R. “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”
(At 20.35).
4. Quem é o nosso supremo exemplo no ministério da
intercessão?
R. O Senhor Jesus.
5. De acordo com a lição, quais as principais
características de um intercessor?
R. Perseverança, altruísmo e empatia.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Bibliográfico
Intercessão
“O vocábulo hebraico ‘paga’ ocorre 46 vezes no Antigo
Testamento. Sua forma verbal significa ‘encontrar-se’, ‘pôr pressão sobre’ e,
finalmente, ‘pleitear’. Já sua forma causativa, com le (‘para’), significa
‘interceder diante de’. O texto a seguir é um exemplo de seu uso no Antigo
Testamento.
‘Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos,
repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado
com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu [fez intercessão]’ (Is 53.12).
Em o Novo Testamento, a palavra ‘intercessão’ vem do termo grego entugchano, que
significa ‘apelar a’, ‘pleitear’, ‘fazer intercessão’, ‘orar’. Duas bem
familiares e preciosas passagens incluem este vocábulo:
‘E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos
santos’ (Rm 8.26,27).
‘Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações,
orações, intercessões e ações de graças por todos os homens’ (1 Tm 2.1).
[...] A ‘intercessão’ representa ‘o ato de uma ou mais pessoas,
humanas ou divinas, que fazem intercessão a Deus em favor de outrem’”.
(BRANDI,
R. L.; BICKET, Z. J. Teologia
Bíblica da Oração. RJ: CPAD,
4.ed., 2007, p.29)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.