Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2003
Título: Ética Cristã — Confrontando as questões
morais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
13: O
cristão e a política
Data: 29 de Setembro de 2002
TEXTO ÁUREO
“Quando os
justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens
escondem-se” (Pv 28.12).
VERDADE PRÁTICA
Como cidadãos do céu, os cristãos já têm seu representante
legítimo, que é o Espírito Santo de Deus. Como cidadãos da terra, precisamos
influir nos destinos da nação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Fp 4.3b
Nomes no
livro da vida
Terça - Jo
1.12
Somos
filhos de Deus
Quarta -
Rm 8.17
Co-herdeiros
de Cristo
Quinta -
Fp 3.20
Nossa
cidade está nos céus
Sexta - Gl
6.10
Fazer bem
aos domésticos da fé
Sábado -
Pv 28.12
Alegria
com os justos
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Romanos
8.17; Hebreus 11.13; Provérbios 28.12,28.
Romanos 8
17 - E, se nós somos filhos, somos,
logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo
que com ele padecemos para que também com ele sejamos glorificados.
Hebreus 11
13 - Todos estes morreram na fé, sem
terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe e crendo nelas, e
abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Provérbios
28
12 - Quando os justos triunfam, há
grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se.
28 - Quando os ímpios sobem, os homens
se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam.
PONTO DE CONTATO
Converse com a turma sobre o conceito de política e suas
implicações no dia-a-dia. Até que ponto somos afetados por ela? O que o
desempenho do Presidente da República tem a ver com a minha saúde? Com a
educação de meus filhos? Com o meu salário? Como a política se desdobra
afetando, ou beneficiando, o cidadão tanto individual como coletivamente? De
que forma a política pode atingir ou influenciar a comunidade cristã?
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Conduzir-se de modo digno diante de Deus, da pátria, de sua
consciência e das pessoas que o cercam.
·
Mostrar que é cidadão do céu, exercendo o direito de cidadão da
terra.
SÍNTESE TEXTUAL
É importante saber que a política exerce influência em todas as
áreas da vida, portanto, não faz sentido o crente dizer que não quer
envolver-se com ela. Ainda que não seja militante nesta área, ele deve procurar
estar informado sobre o desempenho de seus governantes, orar por eles, e saber
que eles são eleitos para trabalhar a seu favor. Para exercer cidadania é
necessário estar consciente de seus direitos e deveres, e isto demanda uma
compreensão do que vem a ser o verdadeiro exercício político.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
O método de discussão, sem dúvida alguma, é o mais indicado para
o estudo de temas mais complexos como a ética cristã estudada durante este
trimestre. Este método oferece oportunidade para troca de ideias e opiniões
entre os membros do grupo. Se usado com seriedade todos tomarão parte dele. O
curioso é que ninguém pode imaginar o que virá em seguida, quando todo o grupo
está pensando no que vai falar. Para que este método tenha êxito devemos levar
em conta os seguintes pontos:
a) A pergunta para iniciar a discussão deve despertar o
interesse dos alunos e levá-los a pensar. Por exemplo: Deve o cristão
envolver-se em política partidária? O cristão deve sempre votar em candidato
cristão?
b) O professor deve fazer com que a discussão permaneça presa ao
assunto principal e guiá-la com sabedoria para conclusões definidas. As
perguntas e os problemas suscitados podem ser transformados em tarefas para o
domingo seguinte e usados como temas de discussão. Isto capacita o aluno a dar
opiniões corretas, baseadas na informação conseguida durante a semana.
COMENTÁRIO
introdução
De todas as áreas da vida do cidadão, a política tem sido uma em
que muitos cristãos não têm sido bem sucedidos, por não se conduzirem de modo
digno diante de Deus, diante da pátria, da consciência e de seus pares, como o
fizeram Daniel e seus companheiros no reino babilônico. Na realidade, porém, a
política é atividade necessária ao bom ordenamento e desenvolvimento da vida de
uma nação, na qual a Igreja está inserida.
I. CONCEITO
DE POLÍTICA
1. Política. O vocábulo
política vem do grego, polis,
“cidade”. A política, pois, procura determinar a conduta ideal do Estado, pelo
que seria uma ética social.
II. O CRISTÃO
COMO CIDADÃO DOS CÉUS
1. Nascidos de novo. Quando nos convertemos a Cristo, imediatamente
somos registrados no “cartório do céu”. Nos registros divinos, nosso nome passa
a fazer parte do Livro da Vida (Fp 4.3; Ap 13.8). Tornamo-nos seus filhos e
cidadãos do céu “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus: aos que creem em seu nome” (Jo 1.12). Já somos eleitos e
temos um representante divino que é o Espírito Santo: “Bendito o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais
nos lugares celestiais em Cristo, em quem também vós estais, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele
também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.3,13).
2. Nossa pátria está nos céus. A filiação divina nos dá o direito de sermos
herdeiros de Deus, como diz a Bíblia em Romanos 8.17. Por isso, nossa pátria
(ou cidade), é celestial: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
3. Não temos permanência aqui. “Porque não temos aqui cidade permanente, mas
buscamos a futura” (Hb 13.14). Essa é uma realidade da qual muitos crentes não
têm consciência. Vivem neste mundo, tão arraigados com ele, que perdem a visão
da cidadania celestial. Na verdade, nem somos deste mundo! (cf. Jo 15.18,19).
Somos peregrinos e forasteiros (Hb 11.13). Aqui, a corrupção “destrói
grandemente” (Mq 2.10). Se há uma atividade em que há corrupção, esta é a
política aqui na terra.
III. O
CRISTÃO COMO CIDADÃO NA TERRA
1. Os direitos políticos. O cristão, como cidadão brasileiro, tanto pode
votar, como candidatar-se a cargos eletivos.
2. O cristão como eleitor. É de grande importância que o servo ou serva
de Deus saiba exercer o seu direito, quando do momento das eleições municipais,
estaduais ou federais. É hora de mostrar que é cidadão do céu, exercendo um
direito de cidadão da terra. Como tal, lembrar-se de que é sal da terra e luz
do mundo (Mt 5.13,14).
a) Antes de votar. Antes de qualquer decisão, o
crente em Jesus deve orar a Deus, pedindo sua direção pois um voto errado pode
ser motivo de tristeza, frustração e arrependimento tardio. É votar por fé,
pois “tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14.23). Conheço casos de crentes que
votaram em alguém, e depois choraram de amargura pelos prejuízos que sofreram.
b) Jamais vender seu voto. Ele é arma de grande valor.
Diante dos candidatos, o cristão jamais deve aceitar vender seu voto. Isso é
anti-ético para um cidadão do céu e revela um profundo subdesenvolvimento
cultural.
c) Preferência por candidato cristão. Havendo
um cristão que tenha um perfil claramente identificado com Cristo, sério,
comprometido com o Reino de Deus, de bom testemunho na igreja, que seja
honesto, cumpridor de seus deveres como pai e esposo, que tenha vocação para a
vida pública, o eleitor crente deve dar preferência à sua candidatura, em lugar
de eleger um descrente, que não tem qualquer compromisso com a igreja do
Senhor. A Palavra de Deus recomenda: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem
a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Não convém (1Co
6.12; 10.23), o envolvimento de pastores na política, se têm chamada divina
para o ministério. Que isso fique para os membros que têm vocação terrena para
tal.
d) Exemplos de políticos sábios. É bom
lembrar o que diz a Bíblia: “Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na
multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11.14). Ninguém melhor que um servo
de Deus, para ter “sábia direção” na condução de cargos públicos, administrativos
ou políticos. Exemplo disso, temos na Bíblia, com José, que foi governador do
Egito (Gn 41.14-44); no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras
destacou-se como líder sobre seu povo (Ed 7 a 10); Neemias, um copeiro de
confiança do rei, foi designado para reconstruir Jerusalém, tornando-se
governador exemplar (Ler Neemias); Daniel, na Babilônia, foi o principal dos
príncipes, nomeado pelo rei Dario, e trabalhou tão bem que estava cotado para
ser o governante sobre todo o reino (Dn 6.1-3).
e) Quando os justos são eleitos. “Quando
os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens
escondem-se” (Pv 28.12). Os cidadãos cristãos precisam orar a Deus para que
levante candidatos que honrem seu nome ao serem eleitos, pois “quando os justos
triunfam, há grande alegria”.
f) Quando os ímpios são eleitos. A Bíblia
é realista: “Quando os ímpios sobem, os homens se escondem, mas, quando eles
perecem, os justos se multiplicam” (Pv 28.28). É verdade. Quando são eleitos
ímpios, homens carnais, materialistas, muitos ateus, macumbeiros, adoradores de
demônios, infiéis aos compromissos, soberbos, corruptos, ingratos, insolentes e
insensíveis, os quais, se eleitos, não querem servir e sim serem servidos. Não
temem a Deus, nem respeitam o próximo (Lc 18.2). Quando os tais são eleitos, os
verdadeiros homens de bem desaparecem de cena. É bom os crentes pensarem bem,
em oração, e não usarem seus votos para elegerem ímpios. Aqui, cabe um
esclarecimento. Nem todo descrente é ímpio no sentido em que estamos usando o
termo. Todo ímpio é incrédulo, mas nem todo incrédulo é ímpio. Há não
evangélicos que são homens de bem. E há evangélicos que não são honestos. Se
não houver um candidato com perfil cristão, o crente pode sufragar o nome de um
cidadão de boa reputação. A Bíblia diz que devemos examinar tudo e ficar com o
bem (1Ts 5.21).
g) O que a igreja pode sofrer com os maus políticos. No novo
milênio, a Igreja poderá sofrer grandemente, com a ação de homens ímpios. Já
há, no Congresso, projeto de lei, propondo a “união civil entre pessoas do
mesmo sexo”, que nada mais é que a legalização pura e simples do
homossexualismo, que é na Bíblia, um pecado gravíssimo, “uma abominação ao
Senhor” (cf. Lv 18.22,23; Rm 2.24-28). Projeto, legalizando o aborto já foi apresentado.
Em breve, poderão vir projetos, legalizando a eutanásia, a clonagem de seres
vivos (inclusive humanos), o jogo do bicho, os cassinos, e a maconha, além de
outros, que destroem a dignidade da raça humana, conforme os princípios do
Criador. A Nova Era já está nas ruas e na mídia apregoando “a paz”, iludente e
absurda. Em muitas escolas, é utilizada “meditação transcendental”. Quem faz as
leis? Os pastores? Evangelistas? Missionários? Não! São aqueles que são
eleitos, inclusive com o voto dos cristãos. Portanto, é tempo de despertar; de
agir com santidade mas sem ingenuidade.
h) O perigo do envolvimento da igreja local. Os
crentes, como cidadãos, podem votar e ser votados. Mas a igreja, como
instituição de Cristo, não deve ser envolvida com a política, mediante a troca
de favores de quaisquer espécie. O prejuízo pode ser irreparável. É de bom
alvitre que os pastores não declarem sua preferência. Estes foram chamados para
unir o rebanho. A política divide as pessoas, pela própria natureza partidária
(Ler 1Co 1.10). O púlpito, de igual modo, não é lugar para os políticos. A
eles, deve ser dada honra, mas o uso do púlpito é para os homens santos,
consagrados a Deus.
CONCLUSÃO
O cristão não pode ser contrário a uma atividade que busca a
“conduta ideal do Estado”. Como cidadãos da terra, precisamos viver num
determinado local físico e social, que faz parte de um Estado, que faz parte de
um País. Esses precisam ser administrados por homens de bem. Melhor seria que
fossem cristãos. Que Deus nos dé sabedoria e visão.
VOCABULÁRIO
Alvitre: Lembrança, sugestão, opinião, arbítrio,
proposta, parecer.
Aspirar: Desejar ardentemente; pretender.
Distorção: Mudar o sentido, a intenção, a substância de; desvirtuar; torcer; mudar a direção, ou a posição normal de.
Ímpios: Que não tem fé; incrédulo, herege; que denota ou envolve impiedade.
Ingenuidade: Simplicidade, singeleza; ação em que não há malícia.
Irreparável: Que não se pode reparar, recuperar ou suprir.
Peregrino: Aquele que viaja para terras distantes; estranho, estrangeiro.
Pêsames: Expressão de condolência pela morte de alguém ou por alguma desgraça; condolências, sentimentos.
Requisito: Exigência legal necessária para certos efeitos; quesito.
Sufragar: Apoiar, aprovar, favorecer, com sufrágio ou voto.
Aspirar: Desejar ardentemente; pretender.
Distorção: Mudar o sentido, a intenção, a substância de; desvirtuar; torcer; mudar a direção, ou a posição normal de.
Ímpios: Que não tem fé; incrédulo, herege; que denota ou envolve impiedade.
Ingenuidade: Simplicidade, singeleza; ação em que não há malícia.
Irreparável: Que não se pode reparar, recuperar ou suprir.
Peregrino: Aquele que viaja para terras distantes; estranho, estrangeiro.
Pêsames: Expressão de condolência pela morte de alguém ou por alguma desgraça; condolências, sentimentos.
Requisito: Exigência legal necessária para certos efeitos; quesito.
Sufragar: Apoiar, aprovar, favorecer, com sufrágio ou voto.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
Israel,
Gogue e o Anticristo. Abraão de Almeida, CPAD.
O Calendário da Profecia. Antonio Gilberto, CPAD.
O Calendário da Profecia. Antonio Gilberto, CPAD.
EXERCÍCIOS
1. O que a política procura definir?
R. A conduta ideal do Estado.
2. O que é a politicagem?
R. É a prática distorcida e corrupta da
atividade política.
3. Porque um cristão não deve vender seu voto?
R. Porque é antiético para um cidadão do
céu, e revela um profundo subdesenvolvimento cultural.
4. Que recomenda Gálatas 6.10?
R. “Então, enquanto temos tempo, façamos
o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”.
5. Como devemos nos posicionar ante a realidade
política em nosso País?
R. É tempo de despertar. De agir com
santidade, mas sem ingenuidade.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“A vida social envolve, por um lado, harmonia e cooperação e,
por outro, conflito e colisão de interesses. O modo como trabalhamos por
harmonia e resolvemos os conflitos políticos implica em política. No centro da
política está o poder (...).
Os cristãos hesitam em admitir que usam o poder, mas todas as
relações humanas envolvem questões de poder. Os cristãos podem se sentir mais à
vontade falando sobre virtude e justiça, mas mesmo que evitemos discutir sobre
o poder, não podemos fugir dele. Nem devemos, porque o poder é usado para o mal
ou para o bem. O poder é a capacidade de usar ou influenciar outros a
comportarem-se como você deseja (...). Precisamos de poder defensivo para nos
proteger daqueles que nos fariam mal. Usamos o poder interveniente até para
proteger alguém do prejuízo ou da injustiça. Necessitamos de poder econômico
para cuidar de nossas famílias e nos preparar para a velhice. As nações têm
necessidade de poder militar para se protegerem de agressores. Todos nadamos
num mar de poder. Não chamar poder por seu verdadeiro nome e não reconhecer sua
importância nas relações humanas é estar cego à realidade do poder usado contra
nós e como o usamos nos outros” (Panorama do Pensamento Cristão. CPAD,
pp.443,444).
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PAZ DO SENHOR
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