Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2002
Título: Ética Cristã — Confrontando as questões
morais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
4: O
cristão e o aborto
Data: 28 de Julho de 2002
TEXTO ÁUREO
“Pois possuíste
o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque
de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas
obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl
139.13,14).
VERDADE PRÁTICA
Diante do valor da vida humana, concedida por Deus, no ventre
materno, o aborto provocado é um crime praticado contra uma vida inocente e
indefesa.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Gn 2.7
Deus
soprou o fôlego da vida
Terça - Gn
9.5
Deus
requer a vida do homem
Quarta -
Jó 33.4
Deus dá a
vida
Quinta -
Êx 20.13
Não
matarás
Sexta - Dt
32.39
Deus mata
e faz viver
Sábado -
Mt 2.16
A matança
dos inocentes
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Êxodo
21.22,23; Jó 3.16; Salmos 139.13,14.
Êxodo 21
22 - Se alguns homens pelejarem, e
ferirem uma mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém se não houver
morte, certamente aquele que feriu será multado conforme o que lhe impuser o
marido da mulher e pagará diante dos juízes.
23 - Mas, se houver morte, então, darás
vida por vida.
Jó 3
16 - ou, como aborto oculto, não
existiria; como as crianças que nunca viram a luz.
Salmos 139
13 - Pois possuíste o meu interior;
entreteceste-me no ventre de minha mãe.
14 - Eu te louvarei, porque de um modo
terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a
minha alma o sabe muito bem.
PONTO DE CONTATO
Inicie a aula conversando com a turma sobre a responsabilidade
de se ter filhos hoje em dia. Embora existam os casos excepcionais em que a
vida da mãe é considerada prioridade, o alvo da discussão deve ser a concepção
responsável, pois o fato de viver por impulso é, muitas vezes, a causa de
agruras irreparáveis. Não há motivo justificável, à luz da Bíblia, para a
aceitação do aborto premeditado. O aborto provocado é um crime e uma covardia,
pois a vítima não pode defender-se.
É difícil conceber a ideia de que uma vida onde habita o
Espírito Santo, habite também a concepção de homicídio. A consciência cristã
iluminada pelo Evangelho de Cristo, não permitiria tal situação.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Identificar os tipos de aborto e suas implicações éticas para o
cristão.
·
Reafirmar que o embrião, mesmo sem ser uma pessoa completa, não
é subumano, é uma pessoa em formação, em potencial.
SÍNTESE TEXTUAL
A vida foi criada por Deus. Ela foi dada por Deus. Por isso,
somente o Todo-Poderoso pode tirá-la. A concepção de um ser humano é algo
“terrível e maravilhoso”. A Bíblia diz que Deus escolhe pessoas desde o ventre.
Se uma mãe comete aborto, como fica o plano de Deus?
O feto é um ser vivo indiscutivelmente. Apesar de as
estatísticas mostrarem um alto índice de pessoas favoráveis ao aborto, este,
com certeza, não é o pensamento da maioria, incluindo a comunidade cristã. O
movimento feminista impinge a ideia de que a mulher tem o direito de usar seu
corpo como bem entender. Isto, porém, não justifica o ato de matar. Nas poucas
referências existentes na Bíblia, relacionadas a este assunto, o infrator
deveria pagar multa caso fosse considerado culpado por causar dano a uma mulher
grávida. O que dizer daquele que assassinar deliberadamente?
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Leve para a sala de aula materiais de pesquisa, tais como
livros, revistas, jornais e qualquer material impresso que aborde o tema com
ilustrações, estatísticas, dados atuais e outras informações pertinentes.
O sucesso do ensino depende muito da maneira como o professor
organiza sua classe. Para as turmas constituídas por grupos heterogêneos, uma
boa organização é ainda mais importante do que para os grupos homogêneos.
Um planejamento adequado e uma boa organização didática
contribuem para que os alunos desenvolvam comportamento orientado à execução de
tarefas.
Espera-se do professor que:
• Preveja eventuais situações
problemáticas, o que lhe permite tomar decisões adequadas diante delas;
• Recorra a formas diferenciadas de
ensino, criando uma atmosfera de trabalho positiva e estimulante para a classe;
• Deixe tudo muito claro para a
classe, estabelecendo regras e compromissos junto com os alunos;
• Organize o espaço da sala de aula de
maneira que este contribua significativamente para uma atmosfera de trabalho
produtiva.
COMENTÁRIO
introdução
O índice de abortos no século passado foi revoltante e
virulento. Só no Brasil, a Organização Mundial de Saúde calcula que houve 5
milhões de abortos. O Instituto Gallup concluiu que 58% dos brasileiros são
favoráveis a ele. Em Tiago 2.13, a Bíblia diz que “o juízo será sem
misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia”. O movimento feminista,
antibíblico e anticristão, alardeia o direito de a mulher usar seu corpo como
ela quiser, sem levar em conta a vida do feto indefeso. E o cristão? Como deve
se posicionar? Ora, nós não somos donos de nada; Deus é que é. É o que
procuraremos demonstrar nesta lição.
I. O TERMO
ABORTO E A VISÃO BÍBLICA
1. Significado. A palavra
aborto vem do latim, abortum, do verbo abortare, com o
significado de “pôr-se o sol, desaparecer no horizonte e, daí, morrer,
perecer”. Na Bíblia, o referido termo e seus cognatos aparecem em Jó 3.16; Sl
58.8; Ec 6.3 etc. Segundo o Grande Dicionário de Medicina, aborto “é a expulsão
espontânea ou provocada do feto antes do sexto mês de gestação, isto é, antes
que o feto possa sobreviver fora do organismo materno...”.
2. O aborto na Bíblia. Não são muitas as referências sobre o tema. No
Pentateuco, vemos uma referência sucinta sobre o caso de aborto acidental, em
que uma mãe fosse ferida por alguém e viesse a morrer (Êx 21.22). Nesse caso,
não haveria pena de morte, mas o causador teria que pagar uma indenização. Jó,
lamentando o dia de seu nascimento, diz que preferia que não houvesse
acontecido, pois seria como as crianças abortadas, que nunca viram a luz (Jó
3.16). Não há qualquer referência bíblica que dê margem ao ato do aborto
provocado pois trata-se de um ato em que a vida de um ser indefeso é ceifada.
II. O FETO EM
SEU COMEÇO É UMA PESSOA
1. A infusão da alma no ser gerado. Entendemos que a alma e o espírito são
colocados por Deus no embrião, com a concepção. É oportuno dizer aqui que a
vida humana, do seu início ao fim, está em grande parte encoberta por um véu de
mistério que só o próprio Criador e Sustentador conhece. “Peso da Palavra do
Senhor sobre Israel. Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e
que forma o espírito do homem dentro dele” (Zacarias 12.1); e mais, “Porque
para sempre não contenderei, nem continuamente me indignarei; porque o espírito
perante mim se enfraqueceria, e as almas que eu fiz” (Isaías 57.16).
2. O exemplo de João Batista e de Jesus. Ao que tudo indica, Maria, a mãe de Jesus, já
o tinha no ventre há um mês (quatro semanas), quando foi visitar Isabel, sua
prima. Esta já estava com seis meses de grávida de João Batista (Lc 1.36),
tendo, nela, um feto de vinte e quatro semanas. A Bíblia nos mostra que, ao
ouvir Isabel a saudação de Maria, “a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel
foi cheia do Espírito Santo” (Lc 1.41). No ventre de Maria, não estava “uma
coisa”, mas o Salvador do Mundo; no ventre de Isabel não estava um ser
desprovido de alma, mas uma “criancinha” que pulou de alegria ao ouvir a
bendita saudação. O Espírito Santo agiu ali através de uma “criancinha” ainda
em formação (v.41).
3. O embrião é uma pessoa. Mesmo sem ser uma pessoa completa, não é
subumano. É uma pessoa em formação, em potencial. Da primeira à oitava semana
(2 meses), completam-se todos os órgãos, apresentando inclusive as impressões
digitais. Aos três meses, no útero, o bebê já está formado esperando crescer
para vir à luz. Mesmo como ovo, ou feto, desde a concepção, cremos que o bebê
não só tem vida, mas possui alma e espírito dentro dele (ver Zc 12.1b).
III. TIPOS DE
ABORTO E SUAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS PARA O CRISTÃO
1. Aborto natural. Ocorre por
motivos ou circunstâncias naturais, implicando na morte do feto. Segundo a
Medicina, pode haver aborto por várias causas. Dentre elas, destacam-se as
seguintes: “Insuficiente vitalidade do espermatozóide; afecções da placenta;
infecções sanguíneas; inflamações uterinas; grave exaustão, diabetes e algumas
desconhecidas” (Reifler, p.131). Não há incriminação bíblica quanto a esse
caso, pois, não havendo pecado, não há condenação. Em Deuteronômio 24.16b,
diz-se que “cada qual morrerá pelo seu pecado”.
2. Aborto acidental. É resultado de um problema alheio à vontade da
gestante. Uma queda, ou um susto acidental, inesperado e intenso podem provocar
abortamento. Não há implicação ética quanto a isso. A referência de
Deuteronômio 24.16b aplica-se a esse caso.
3. Aborto por razões eugênicas. É o aborto por eugenia, isto é,
para evitar o nascimento de crianças deformadas ou retardadas. Nós cristãos,
segundo os princípios bíblicos, não acatamos tal conceituação, puramente
humanista. Pessoas retardadas ou deformadas, ao nascerem, têm personalidade e
características verdadeiramente humanas. E, por conseguinte, têm direito à
vida. Abortá-las é assassinato. A Bíblia diz: “...e não matarás o inocente...”
(Êx 23.7).
4. “Mataram” Beethoven! Já é conhecido um texto em que um professor,
desejando mostrar aos alunos como é falha a lógica humana, propõe o seguinte
caso: “Baseados nas circunstâncias que mencionarei a seguir, que conselho
dariam a uma certa senhora, grávida do quinto filho? O marido sofre de sífilis;
ela, de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo, morreu. O
terceiro nasceu surdo, e o quarto é tuberculoso. Ela está pensando seriamente
em abortar a quinta gravidez. Que caminho vocês lhe aconselhariam?”. Os alunos
pensaram e, diante das circunstâncias, sugeriram que o aborto seria
aconselhável para que não nascesse mais um filho defeituoso. O professor,
então, lhe respondeu: “Se vocês disseram sim à ideia do aborto, acabaram de matar
o grande compositor Ludwig van Beethoven”.
CONCLUSÃO
Há ainda outros casos em que a sociedade alega razões para a
prática do aborto, mas sem qualquer respaldo bíblico. O cristão tem a ver com
Cristo e a Bíblia, e não com o mundo e o seu modo de viver e agir. Com exceção
do caso em que a vida não totalmente desenvolvida do bebê constituísse uma
ameaça de morte para a vida plenamente desenvolvida da mãe, não há motivo
justificável à luz da Bíblia para a realização do abortamento. Todavia,
lembremo-nos de uma coisa: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou
bem ou mal” (2 Coríntios 5.10). Por isto, devemos agir de acordo com a ética
cristã, levando-se em consideração, sempre, a santidade da vida.
VOCABULÁRIO
Espermatozóide: Célula móvel sexual masculina, produzida nos
testículos.
Óvulo: Célula sexual feminina, formada no ovário.
Septuaginta: Primeira tradução completa do Antigo Testamento, no século III a.C, do hebraico para o grego. O termo septuaginta veio do latim e quer dizer setenta, em referência aos 72 eruditos escolhidos para esse fim.
Pentateuco: Cinco primeiros livros do Antigo Testamento, os cinco livros de Moisés. Na Torah, formam um só pergaminho contínuo, sem divisão. Na Septuaginta, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio aparecem separadamente, como conhecemos atualmente.
Óvulo: Célula sexual feminina, formada no ovário.
Septuaginta: Primeira tradução completa do Antigo Testamento, no século III a.C, do hebraico para o grego. O termo septuaginta veio do latim e quer dizer setenta, em referência aos 72 eruditos escolhidos para esse fim.
Pentateuco: Cinco primeiros livros do Antigo Testamento, os cinco livros de Moisés. Na Torah, formam um só pergaminho contínuo, sem divisão. Na Septuaginta, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio aparecem separadamente, como conhecemos atualmente.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
Desafios
da Nossa Época. Abraão de
Almeida, CPAD.
E Agora, Como Viveremos? Colson & Pearcey, CPAD.
E Agora, Como Viveremos? Colson & Pearcey, CPAD.
EXERCÍCIOS
1. Cite os tipos de aborto descritos na lição.
R. Natural, acidental e por razões
eugênicas.
2. Quando o ser humano, no útero, passa a ter alma
e espírito?
R. Desde a concepção, cremos que o bebê
não só tem vida, mas tem a alma e o espírito (ver Zc 12.1b).
3. Descreva as causas que implicam no aborto
natural.
R. Insuficiente vitalidade do
espermatozóide, afecções da placenta, infecções sanguíneas, inflamações
uterinas, grave exaustão, diabetes etc.
4. Como se posiciona o cristão diante do aborto
chamado natural?
R. Não há incriminação bíblica quanto a
esse caso, pois, não havendo pecado, não há condenação.
5. Qual a penalidade para quem ferisse uma mulher
grávida no Antigo Testamento?
R. O causador do aborto teria que pagar
uma indenização.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Histórico
“A guerra à vida no ventre materno provoca aproximadamente 40
milhões de abortos a cada ano, número deveras impressionante, comparável mesmo
ao total dos que tombaram durante toda a Segunda Guerra. Mas há, contudo,
diferenças fundamentais: enquanto nos campos de batalha os soldados abrigam-se
e lutam por ideal, no aborto as vítimas inocentes não têm a mínima chance de se
defenderem e são assassinadas por quem deveria dedicar-lhes o mais perfeito
amor conhecido entre os humanos — o amor de mãe!(...)
Em 1977, de cada 100 nascimentos na Alemanha Ocidental, ocorria
10 abortos. No Uruguai, em 1978, verificaram-se 150 mil abortos, reforçando a
luta pró-legalização dessa prática naquele país, por sinal o primeiro da
América do Sul a legalizar o divórcio.
Na Finlândia, país com menos de cinco milhões de habitantes, o
número de abortos já chegava, em 1971, a perto de 20 mil por ano. Em protesto
realizado em fins daquele ano, 150 evangélicos desfilaram pelas ruas de
Helsinque carregando nos braços pequenos caixões brancos, ao som de uma marcha
fúnebre. Em frente ao Parlamento, onde terminou a manifestação, um dos caixões
foi colocado na escadaria de acesso ao mesmo, com uma coroa de flores e os
seguintes dizeres: ‘A esperança da Finlândia. Cidadão de luto!’.
Na Itália, sede do Papado, o Parlamento aprovou, em 19 de maio
de 1978, um texto legislativo que facultava a qualquer mulher maior de dezoito
anos o direito de submeter-se ao aborto intencionalmente provocado, até o final
dos primeiros noventa dias de gravidez. A mesma lei instituiu consultórios
mantidos pelo Estado, onde também as menores de dezoito anos podem, sem prévia
autorização paterna, requerer o direito de abortar, passando a decisão sobre o
assunto a foro judicial.
De acordo com essa lei, o aborto é feito gratuitamente nos
hospitais do governo ou por clínicas privadas que mantenham convênios com
órgãos assistenciais do Estado (...).
Na França, segundo o Instituto Nacional de Estudos Demográficos,
ocorrem anualmente de 250 a 300 mil abortos, dos quais apenas 140 mil são
recenseados pelo Ministério da Saúde. A diferença entre as duas cifras
corresponde às intervenções ‘ilegais’. O arcebispo de Strasburgo, Monsenhor
Eichinger, afirmou que somente na Alsácia o aborto fazia um número anual de
vítimas equivalente as cidadezinhas que os alemães destruíram em 1870 e nas
duas últimas guerras mundiais” (Desafios da Nossa Época. CPAD, pp.186,187).
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PAZ DO SENHOR
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