Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2006
Título: As Doutrinas Bíblicas Pentecostais
Comentarista: Antonio Gilberto
Lição
10: O
Espírito Santo e a obra missionária
Data: 3 de Setembro de 2006
TEXTO ÁUREO
“Mas recebereis
a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At
1.8).
VERDADE PRÁTICA
A totalidade da Igreja deve levar a totalidade do Evangelho à
totalidade do mundo, no poder do Espírito.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
At 2.14-18
Proclamando
o Evangelho no poder do Espírito
Terça - At
3.1-10
O poder do
Espírito opera os milagres
Quarta -
At 4.1-12
Defendendo
o Evangelho no poder do Espírito
Quinta -
At 8.14-17
O poder do
Espírito sendo recebido
Sexta - At
13.1-4
Missionários
dirigidos pelo Espírito
Sábado -
At 13.6-12
Vencendo o
diabo no poder do Espírito
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Atos
13.1-9,11,12.
1 - Na igreja que estava em Antioquia
havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Niger, e
Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
2 - E, servindo eles ao Senhor e
jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado.
3 - Então, jejuando e orando, e pondo
sobre eles as mãos, os despediram.
4 - E assim estes, enviados pelo
Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.
5 - E, chegados a Salamina, anunciavam
a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como
cooperador.
6 - E, havendo atravessado a ilha até
Pafos, acharam um certo judeu, mágico, falso profeta, chamado Barjesus,
7 - o qual estava com o procônsul
Sérgio Paulo, varão prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava
muito ouvir a palavra de Deus.
8 - Mas resistia-lhes Elimas, o
encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o
procônsul.
9 - Todavia, Saulo, que também se
chama Paulo, cheio do Espírito Santo e fixando os olhos nele, disse:
11 - Eis aí, pois, agora, contra ti a
mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. No mesmo
instante, a escuridão e as trevas caíram sobre ele, e, andando à roda, buscava
a quem o guiasse pela mão.
12 - Então, o procônsul, vendo o que
havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor.
PONTO DE CONTATO
Professor, Gunnar Vingren, pioneiro da obra pentecostal no
Brasil, foi para Chicago em 1904, a fim de estudar quatro anos de teologia no
seminário sueco. Em maio de 1909, foi diplomado e, no mês seguinte, assumiu o
pastorado da Primeira Igreja Batista em Menominee, Michigam. No verão desse
mesmo ano, Deus o encheu de uma grande sede de receber o batismo com o Espírito
Santo e com fogo. Em novembro de 1909, Vingren dirigiu-se até Chicago a fim de
participar de uma conferência realizada pela Igreja Batista Sueca. Foi com o
firme propósito de buscar o batismo com o Espírito Santo. Depois de cinco dias buscando
o Senhor, Jesus o batizou com o Espírito Santo e com fogo, falando em novas
línguas conforme está escrito em Atos 2. Assim se expressou Vingren em seu
diário “É impossível descrever a alegria que encheu o meu coração. Eternamente
o louvarei, pois Ele me batizou com o seu Espírito Santo e com fogo”.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Relacionar o pentecostes à obra missionária.
·
Distinguir os dois tipos de evangelização.
·
Participar de atividades evangelísticas.
SÍNTESE TEXTUAL
O movimento pentecostal crê que a efusão do Espírito foi
concedida a Igreja, a fim de que esta cumpra a grande comissão no poder e
autoridade do Espírito Santo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.40; At 1.8;
2.1-4). No contexto de Atos dos Apóstolos é o Espírito Santo, o responsável
direto pela expansão e multiplicação da igreja, constituindo-se em modelo para
a igreja atual. O Espírito Santo, por exemplo, capacita (At 2.4; 1.8), escolhe
(At 13.2), envia (At 13.2), impede (At 16.7). Os resultados da ação do Espírito
atestam o crescimento e sucesso da igreja primitiva em Jerusalém (At 6.7), na
Palestina (At 9.31), na Ásia Menor (At 16.5), na Europa (At 19.20) e Roma
(28.31).
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Professor, a Igreja Cristã Primitiva cumpriu cabalmente a sua
missão evangelística. A expansão da igreja nas cinco regiões (Jerusalém,
Palestina, Ásia Menor, Europa e Roma) é resultado da ação do Espírito na mesma.
Atente para o fato de que as condições de transportes daqueles dias não se
comparam com os dias atuais. E, no entanto, em menos de 40 anos o cristianismo
havia chegado a todo Império Romano oriental. No gráfico abaixo, temos uma
demonstração da Expansão do
Cristianismo até 100 d.C. Apresente-o
a classe e descreva aos alunos o poder missionário de uma igreja cheia do
Espírito Santo.
COMENTÁRIO
introdução
Ao aceitar o convite divino para a maravilhosa salvação em
Cristo (Mt 11.28; Tt 3.5), recebemos a bendita tarefa de anunciar as virtudes
do Senhor Jesus Cristo, que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1
Pe 2.9). Ele nos confiou “a palavra desta salvação” (At 13.26). Mas, para
termos êxito nessa Grande Comissão do Senhor, conforme Mc 16.15, precisamos da
capacitação do Espírito Santo (Jo 14.17; Mc 16.20; 2 Co 3.5), pois é Ele quem
nos unge para evangelizar (2 Co 1.21) e convence o mundo do pecado, da justiça
e do juízo (Jo 16.8-11).
I. A GRANDE
COMISSÃO
A Grande Comissão de Jesus à sua igreja, abrange a evangelização
à nossa volta e a obra missionária (Mt 28.19; Mc 16.15). Jesus derramou do
poder do Espírito sobre os seus servos, no dia de Pentecostes (At 2.17), para
que se tornassem suas testemunhas tanto na cidade onde estavam como em outras,
até à extremidade da terra (At 1.8).
1. A evangelização local. Evangelizar significa “anunciar as boas novas”
(Hb 4.2; Rm 10.15). E isto é uma obrigação de cada salvo: “Se anuncio o
evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação;
porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16 – ARA). Nos últimos
momentos entre os seus discípulos, Jesus enfatizou o dever de cada crente
proclamar o Evangelho no poder do Espírito (At 1.6-8; Lc 24.47-49). Não
esqueçamos que a evangelização deve ser pessoal, isto é, pessoa a pessoa, e
igualmente em massa, como há tantos casos relatados em o Novo Testamento (At
8.6,26-35).
2. A obra missionária. Esta envolve a transculturação (1 Co 9.20-22;
Cl 3.11), haja vista os diversos costumes e cultura dos povos do mundo, que
influenciam na implantação, na formação e na preservação de igrejas em meio a
outros povos. Nem todo crente pode ir para o campo missionário, mas todos podem
interceder em oração, contribuir financeiramente, é ajudar de muitas outras
maneiras. Ler Rm 10.8-17.
3. A urgência da evangelização. O assunto é demais urgente! Quem passa desta
vida para a outra sem Jesus está perdido para sempre. Portanto, embora o número
de evangélicos brasileiros seja expressivo — algo em torno de 20% da população
—, a maioria não se preocupa com a evangelização. Sabemos também que o
principal movimento pentecostal do mundo está em nosso país. Por isso, “não
podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
a) O desafio. O Brasil é
hoje o país com mais espírita no mundo, e o primeiro colocado, na América
Latina, em prostituição infantil. Além disso, temos aqui milhares de
alcoólatras e viciados em outras drogas, bem como um número expressivo de
menores abandonados. Estes e outros dados alarmantes devem nos despertar para a
urgência da evangelização.
b) Deus conta conosco. O Pai estabeleceu o plano de salvação (Ap
22.17; Gl 4.4,5; Ef 2.8,9), o Filho executou (Jo 17.4; 19.30) e, o Consolador
convence os pecadores e os converte, realizando o milagre do novo nascimento
(Jo 16.8-11; 3.5). Deus quer usar aqueles a quem Ele salvou para a salvação da
humanidade, seja na família, na vizinhança; os estrangeiros; pequenos ou
grandes, etc. Ele quer salvar a todos (1 Tm 2.4).
II. A
URGÊNCIA DA OBRA MISSIONÁRIA
1. O crescimento da igreja primitiva. “E todos os dias acrescentava o Senhor à
igreja aqueles que se haviam de salvar”. “E a multidão dos que criam no Senhor,
tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (At 2.47b; 5.14). Depois da
plena evangelização de Jerusalém (At 5.28), o Senhor permitiu uma perseguição e
dispersão dos crentes, que levaram as boas novas a Samaria, Judéia e outras
regiões daquele país (At 8.1-5; 9.31; 11.19-24). Não demorou muito para que o
mundo conhecido ouvisse o Evangelho, graças à ação do Espírito naqueles crentes
fervorosos, cheios de graça e de poder (Rm 10.18; 15.19; Cl 1.6,23).
2. O nosso desafio. O mundo de
hoje conta com mais de seis bilhões de habitantes. Destes, cerca de dois
bilhões nunca ouviram a mensagem de salvação! O número de evangélicos em todo o
mundo não chega a um bilhão, segundo os centros de informação missionária. Na
igreja primitiva, todos evangelizavam incessantemente em toda parte, no poder
do Espírito, com sinais e milagres (At 8.4,6,7). Precisamos em todo tempo estar
revestidos do poder do alto, para dar continuidade a essa urgente obra, a fim
de que, como eles, alvorocemos o mundo para Cristo (At 17.6).
3. Uma tarefa primordial. Em 1 Coríntios 1.22,23, vemos a importância da
Grande Comissão de Jesus Cristo. Enquanto uns (como os judeus) se preocupam com
sinais, e outros (como os gregos), em buscar sabedoria, nosso objetivo deve ser
a evangelização de todos, em todo o mundo. Temos hoje muitos pregadores eloqüentes
nos templos; mas é o poder do Espírito que faz de nós ganhadores de almas, no
mundo!
III. A
ASSISTÊNCIA DO ESPÍRITO NA GRANDE COMISSÃO
1. Na evangelização pessoal. O Espírito Santo dirige os nossos passos, como
no caso de Filipe relatado em At 8.26-38. Ele também ajuda-nos a superar os
obstáculos apresentados pela pessoa evangelizada (Jo 4.7-29), desde que nos
preparemos (1 Pe 3.15), firmando-se em seu poder, e não em nossas palavras (1
Co 2.1-5).
2. Na pregação em público. O segredo do êxito, em cruzadas
evangelísticas, é buscar, em oração, a assistência do Consolador. Tomando como
base às campanhas realizadas pela igreja primitiva, vemos o que acontece quando
se prega a Palavra de Deus, no poder do Espírito Santo: a) Salvação de almas
(At 2.41; 4.4); b) Sinais miraculosos (At 8.6,7); c) Grande alegria (At 8.8) e
d) Batismo no Espírito Santo (At 8.14-17).
3. Na obra missionária. Em Atos 13, vemos como a assistência do
Espírito Santo é imprescindível à obra missionária:
a) Escolha. Em
Antioquia havia cinco profetas e doutores, e o Espírito de Deus escolheu o
primeiro e o último da lista: Barnabé e Saulo (vv.1,2). Por que não o primeiro
e o segundo? Porque a chamada é um ato soberano dEle (Hb 5.4).
b) Envio. Eles foram
também enviados pelo Espírito (vv.3,4). A igreja apenas os despediu, pois é Ele
quem escolhe e envia (Mc 3.13,14).
c) Capacitação. Paulo e
Barnabé manejavam bem a Palavra de Deus (vv.16-44), eram cheios do Espírito, de
ousadia (v.46) e tinham autoridade divina para repreender os que se lhes
opunham (vv.5-12; At 4.31).
d) Direção. Guiados
pelo Consolador, eles faziam discípulos numa cidade e partiam para outra
(vv.46-51). Graças à direção e providência do Espírito, o Evangelho, tendo
alcançado a Europa (At 16.6-10), chegou também a América do Norte, de onde
vieram os missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, pioneiros do
Movimento Pentecostal no Brasil!
CONCLUSÃO
Antes de sua ascensão, Jesus mencionou cinco aspectos da obra
missionária. O alvo: “ensinai todas as nações” (Mt 28.19). A abrangência: “todo
o mundo... toda criatura” (Mc 16.15). A mensagem: “o arrependimento e a
remissão dos pecados” (Lc 24.47). O modo: “assim como o Pai me enviou, também
eu vos envio a vós” (Jo 20.21). E o poder: “recebereis a virtude do Espírito
Santo que há de vir sobre vós” (At 1.8). Para alcançar o alvo, em toda a sua abrangência, pregando a mensagem certa e de modoapropriado, precisamos do poder do alto (Lc 24.49). Portanto, irmãos:
“Não extingais o Espírito” (1 Ts 5.19).
VOCABULÁRIO
Cultura: Padrões de comportamento, crenças,
instituições e valores de uma sociedade.
Eloqüente: Expressivo; significativo; persuasivo; convincente.
Virtude: Excelência moral; disposição para a prática do bem.
Eloqüente: Expressivo; significativo; persuasivo; convincente.
Virtude: Excelência moral; disposição para a prática do bem.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HOOVER, T.
R. Missões: O ide de Jesus levado a sério.
RJ: CPAD, 1993.
EXERCÍCIOS
1. Qual a tarefa que recebemos do Senhor ao
aceitarmos a salvação?
R. Recebemos a tarefa de anunciar as
virtudes do Senhor Jesus Cristo, que nos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz (1 Pe 2.9).
2. O que abrange a Grande Comissão?
R. Abrange a evangelização e a obra
missionária (Mt 28.19; Mc 16.15).
3. Onde podemos identificar a assistência do
Espírito Santo na Grande Comissão?
R. Na evangelização pessoal; na pregação
pública e na obra missionária.
4. Como, segundo Atos 13, o Espírito Santo auxilia
a igreja na obra missionária?
R. Na escolha, envio, capacitação e
direção dos missionários.
5. Quais são os cinco aspectos da obra missionária
segundo Jesus?
R. O alvo (Mt 28.19); abrangência (Mc
16.15); mensagem (Lc 24.47); modo (Jo 20.21); poder (At 1.8).
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“Missões Pentecostais
Para os pentecostais, o derramamento do Espírito Santo por todo
mundo é um sinal do fim de uma era de colheita. As missões estão longe de se
tornar anacrônicas. De fato, as missões estão ganhando terreno entre muitas das
igrejas mais novas nessa era final, a era do Espírito. Embora os pentecostais
tenham muitas coisas em comum com outros evangélicos, o movimento pentecostal
tem o seu próprio paradigma de missões. [...] Os pentecostais acreditam que o
Espírito Santo tem sido derramado sobre a Igreja como um revestimento de poder
para o discipulado de Cristo e dos apóstolos. Como vemos, por exemplo, em Atos
1.8, onde Cristo declara que o enchimento com o Espírito Santo aconteceria para
que houvesse testemunho dEle até aos confins da terra. Os pentecostais
encorajam os crentes a serem cheios com o Espírito Santo para que a igreja
possa evangelizar o mundo antes do retorno de Cristo. [...] A orientação do
movimento pentecostal em essência é cristológica. Para os pentecostais, o poder
do Espírito Santo é dado para pregar a Cristo” (YORK, J. V. Missões na era do Espírito Santo. RJ: CPAD, 2002, pp.154-5).
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PAZ DO SENHOR
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